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outubro 21, 2022

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21 out 2022

O FUTURO DAS VIAGENS DE TURISMO

A sustentabilidade, lugares exclusivos tão longe das multidões que podem chegar até ao espaço e novos conceitos ousados movem a indústria do turismo para o futuro.

As viagens de luxo como as conhecíamos anteriormente mudaram de paradigma. O conceito de "trendy" foi substituído por privado, exclusivo, se não mesmo remoto. O que se quer nos dias que correm é estar onde só alguns conseguem chegar. E usufruir uma experiência genuína, amiga do ambiente e inclusiva, já agora.
A tendência já existia, mas a pandemia e a imposição do distanciamento social vieram reforçar o desejo da viagem privada e de destinos pouco explorados. Meios de transporte, alojamentos e as experiências em geral têm vindo a adaptar-se a estas novas exigências. Nas linhas que se seguem tentamos adivinhar as viagens de sonho do futuro.

O céu já não é o limite
Os sonhos são cada vez mais ilimitados. Que o digam as várias empresas que colocaram a sua mira nas viagens espaciais e que estão a desenvolver experiências de visitas cada vez mais arrojadas. É o caso da Virgin Galactic, de Richard Branson, que já começou a fazer a reserva de bilhetes para os seus voos espaciais. Por cerca de 250 mil dólares, os passageiros poderão sentir a experiência da gravidade zero.
Ilimitados podem ser também os luxos de algumas companhias aéreas comerciais que perceberam que o conceito de viagem em "latas de sardinha" não serve a todos e implementam excentricidades como as suítes de luxo com cama da Qantas ou, melhor ainda, as suítes da Singapore Airlines que permitem o conforto de uma cama de casal. No setor dos jatos particulares também vai havendo melhorias, como a pressurização de “baixa altitude” capaz de baixar o efeito de jetlag ou "apenas" a inclusão de facilidades como ginásios e salas de jantar.
Ainda nas viagens aéreas o futuro também se quer mais risonho para pessoas com limitações, como o provam invenções como cadeiras de rodas dobráveis que se adaptam a cabines de aviões ou apps que ajudam pessoas com deficiência em viagem.

O mar como destino
O mar sempre fez parte de qualquer postal de férias, mas a tendência nas viagens de luxo é a de o oferecer de forma mais exclusiva. É assim nas férias em veleiros ou iates, com tripulação e Chef de cozinha incluídos, a substituir a tendência dos cruzeiros que transportam centenas de passageiros. É assim igualmente nas ilhas privadas, onde o acesso se faz em helicópteros ou hidroaviões, e onde se descobre um único resort que oferece ao visitante a sensação de ter a ilha só para si, com praias desertas e alojamento em chalés distantes entre si. Numa perspetiva mais futurística, há ainda os alojamentos com quartos e restaurantes submersos, que permitem a experiência de uma vida debaixo de água.

Terra-a-terra
Parece paradoxal, mas outra das tendências do viajante experimentado e com poder de compra é a de procurar o que é mais genuíno e por vezes até mais simples numa nova cultura. Atualmente, os lugares mais cosmopolitas perdem a corrida para os parques naturais ou destinos mais remotos. Ressurge o conceito "slow", aplicável a transportes, à gastronomia, a uma forma de estar e de usufruir em geral. O viajante procura cada vez mais viver como um local, partilhar os seus hábitos para conseguir uma experiência mais real e intensa. Estão de regresso as viagens de comboio, mais demoradas do que um voo, mas certamente mais ecológicas, mais contemplativas, mais sociáveis e mais confortáveis (especialmente se as carruagens de luxo não ficarem fora da equação). A sustentabilidade já chegou ao turismo de muitas formas e até há já quem aponte o dedo ao "green washing" como forma de venda. Quer-se um turismo ecológico verdadeiro, realmente atento ao futuro do planeta, e o turista pode fazer a sua parte no momento de optar.